domingo, novembro 28, 2004

FAMÍLIA – por causa de um e-mails não somente remendando informações erradas sobre um “ramo da minha família” (http://www.unir.br/~primeira/artigo140.html), os guimarães peixoto, coisa que muito prazer me deu, pois retirei de vez tanto o imbecil do bilac quanto a velhusca coralina que eram peso desnecessário, mas me censurando por tratar descortesmente a “família”, me fez pensar em como para os brasileiros essa coisa estúpida de família faz sentido na medida profunda da coisa e não somente como realidade suportável por falta de opção, por costume, por enfado. e a importância fundamental dessa coisa tribal, grupal, mítica, grosseira e gosmenta para as razões da vida dos brasileiros. não é a toa que grande parte das teorizações sobre o brasil levam em conta esse nazismo íntimo e circunscrito que reproduz e projeta grande parte dos horrores do “mundo social” e suas ideologias asquerosas, mas para elogiar, mostrar e demonstrar seu papel fundamental, seja enquanto “casa-grande”, seja enquanto “mocambo”, seja enquanto “casa” (a rua é a casa), “lar”. o brasil e os brasileiros são inesgotáveis em sua capacidade fascista de tentar explicar o horror, dourar sua eterna situação infantil, adolescente e sua universalização tanto do mundo do senhozinho quanto dos trouxas e das dondocas de classe média.
Alberto Lins Caldas