domingo, agosto 28, 2005

liberdade de corpo

se a palavra tem dono, é regulada, ordenada, posta a serviço, e cada vez mais é preciso lutar pela liberdade absoluta da palavra, da língua, o corpo exige também lutas particulares, guerrilhas próprias e cada vez mais urgentes (http://www.albertolinscaldas.unir.br/tudodizer.htm).
direito ao aborto: o corpo é meu: se a morte é considerada há algumas décadas como cerebral, se estar morto é não haver atividade cerebral, quem disse que um feto de algumas semanas ou mesmo meses tem atividade cerebral significativa, "humana": o contrário esconde o controle de uma forma submissa de corpo, aquele que normalmente se chama mulher ou feminino: ele pertence a todos e a tudo, menos a quem é ele: corpo regulado para reproduzir, não para ser: e mesmo independente de vida ou morte cerebral, o direito é desse corpo, dessa vida, dessa escolha e de mais nada: eu escolho: o estado e os outros não podem garantir a vida como se fosse um direito sagrado quando na verdade estão garantindo a reprodução dos trabalhadores e dos serviçais.
direito à eutanásia e ao suicídio: nenhum estado, nenhuma família, nenhum poder, nenhum outro pode dizer que não posso morrer, que sou obrigado a continuar vivo, quando considero minha morte, meu desaparecimento como essencial: isso quem escolhe sou eu.
direito às drogas: por que não devo fumar, me drogar, fumar até me fartar? se pessoalmente não gosto, nunca provei e tenho outros desejos, outro caminho, outra ordem, não posso nem devo dizer aos outros o que tomar, o que beber, o que cheirar, o que injetar; somente estados e sociedades facistóides e preocupadas com a saúde e os horários de seus funcionários pode criar leis proibindo, regulando e punindo o consumo ou a “apologia aos crime” (mais uma vez crime de opinião, de expressão, de idéias). direito a uniões: proibir casamentos entre indivíduos é uma das coisas mais estúpidas e compreensíveis do mundo: se o mundo não fosse nazista isso não aconteceria: o desejo, sob que a forma momentânea ou estável que se coagular, deve ter o absoluto direito de consensualmente se unir a que outra forma de desejo, de corpo, de língua, de crenças: e legalmente como precisam para viver em relações econômicas, sociais, políticas e familiares.
o corpo, desde que pleno de consciência, de desejo, pertence a ele e a mais ninguém.

1 Comments:

At 11:40 AM, Blogger HISTORIADOR said...

Não se caça o direito de escolha, quando se ultrapassa o direito a nós estabelecido. Vivemos num mundo de regras, de normas, de padrões pré-estabelecidos. Somos meros trabalhadores, somos escravos de um sistema de crenças, cabe a nós decidirmos se queremos mudar ou não!!!

 

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